quarta-feira, 26 de maio de 2010

TRIBUTOS E PREÇOS IMPACTARAM SOUZA CRUZ


A elevação da carga tributária, o aumento do preço dos cigarros e do mercado informal, reduziram o volume de vendas da Souza Cruz no primeiro trimestre de 2010, fazendo com que a companhia registrasse um lucro líquido de R$ 334,729 milhões, o que representa um recuo de 24,5% em relação a mesma época do ano passado, segundo informações divulgadas aos associados da Apimec MG em reunião no final de maio.
Conforme explicaram Luis Rapparini, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da empresa e sua equipe, essa variação decorreu, principalmente, do decréscimo do volume de vendas de cigarros para 18,3 bilhões, inferior em 6,3% aos 19,6 milhões comercializados no mesmo período de 2009. Houve redução de 22% do lucro operacional antes do resultado financeiro, que foi de R$ 442,0 milhões (R$ 565,9 milhões no mesmo período de 2009).
LIDERANÇA
Apesar dos resultados negativos no 1T10, a Souza Cruz teve um crescimento de 0,2 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2009 e continua líder absoluta no mercado nacional de cigarros, com 62,9% de participação. A receita líquida das vendas somou R$ 1,247 bilhão entre janeiro e março, queda de 11,38% frente ao mesmo período de 2009.
No primeiro trimestre, o volume de vendas de cigarros foi de 18,3 bilhões, 6,3% inferior aos 19,6 bilhões comercializados no mesmo período do ano passado. Essa variação, segundo a Companhia, se apresenta em linha com a redução de volumes ocorrida no mercado total brasileiro de cigarros, estimada em 6,6%, a qual reflete a elasticidade média histórica do setor a aumentos de preços, como o ocorrido em abril de 2009.
As exportações de fumo apresentaram queda no período em análise, totalizando 17,5 mil toneladas, 34% inferior aquelas realizadas no mesmo período de 2009 (26,5 mil toneladas). Esse decréscimo no volume exportado decorre, dentre outros fatores, do cronograma de embarques estabelecidos pelos clientes e pela apreciação do real em relação ao dólar, em aproximadamente 22%, no comparativo trimestral. Por outro lado, foram praticados maiores preços em dólar (+11,5%) principalmente em função do melhor mix de produtos exportados.

O EBITDA (lucro antes dos efeitos financeiros, impostos sobre a renda, depreciação e amortização) foi de R$ 479.7 milhões, sendo 20% inferior ao apresentado no primeiro trimestre de 2009 (R$ 599.8 milhões em 2009).

A Souza Cruz divulgou que continuará sendo agressiva na política de distribuição de seus dividendos, tendo, em março passado aprovado o pagamento de dividendos complementares no valor de R$561,9 milhões (1,838278 por ação) previsto para o mês de abril.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Congresso verá autorregulação no mercado de capitais


A definição clara de um marco regulatório, o controle e a fiscalização das suas atividades pelos próprios analistas e profissionais que atuam no mercado de capitais podem ser soluções para evitar crises econômicas como a de 2008? Esta polêmica questão será um dos principais focos do 21º Congresso da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais - Apimec, que será realizado entre os dias 25 e 27 de agosto próximo, em Belo Horizonte.

Segundo Lucy Souza, presidente da Apimec nacional, o assunto deverá gerar muita discussão, pois alguns especialistas acham que a retirada da atividade regulatória das mãos dos estados e seus órgãos reguladores foi uma das causas da última crise financeira mundial, já que alguns segmentos do mercado atuavam de forma desgovernada e não transparente. Outro grupo acredita que o que ocorreu foi falta de regulação.

Para ela, “a definição de regras claras permite delegar parte da supervisão das atividades do mercado de capitais às entidades do setor, que têm mais conhecimento do funcionamento de sua atividade. Assim, os clientes ficarão mais seguros quanto às recomendações feitas pelos profissionais de investimento”.

AUTORREGULAÇÃO

Diante da crescente adesão do mercado brasileiro ao modelo de transferência da atividade regulatória para instituições setoriais, o assunto terá atenção especial no principal evento brasileiro destinado ao mercado de capitais. A Apimec, que está em processo de recebimento da função de autorregulação e supervisão dos analistas de valores imobiliários, aproveitará seu congresso nacional para estimular a discussão entre entidades do mercado já autorreguladoras, outras que vão assumir esse papel e os próprios profissionais da área.

Lucy de Souza disse que no evento vai ser discutido se a atividade saiu fortalecida ou enfraquecida após a crise de 2008. “Como o congresso é sempre um momento em que se discutem idéias, será possível fazer proposições tanto para o órgão regulador quanto para as associações autorreguladoras”, ressaltando ainda que “um dos desafios que será pontuado no debate é a necessidade das entidades se prepararem para atuar de forma a evitar eventuais conflitos de interesse na elaboração dos códigos de conduta”.

Segundo a presidente da Apimec nacional, ao mesmo tempo em que nossas instituições são reguladoras, elas devem dar assistência aos associados. Para ela, há uma vantagem nessa dualidade, pois quem vai supervisionar e elaborar a autorregulação conhece muito bem as atividades e dificuldades da área, porque é a própria entidade que congrega participantes dos mercados. “No caso, a Apimec vai julgar profissionais que podem ser associados. É importante separar bem a atividade da associação da regulação”, apontou.

A elaboração dos códigos de conduta e de processos pela Apimec está sendo conduzida pela presidência e pela diretoria de supervisão, com ajuda dos próprios profissionais, a partir de várias audiências. Para Lucy Souza, é essencial ouvir os maiores interessados - os próprios analistas - para ajudar na aceitação e cumprimento desses códigos. “Por isso, abordar o tema durante um congresso que reúne profissionais de todo o país é um passo importante para que as atividades autorregulatórias encontrem o caminho certo”, concluiu.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sul América lucra R$109,6 mi em 2010



Em apresentação para os associados da Apimec MG, a Sul América anunciou um lucro líquido de R$ 109,6 milhões no primeiro trimestre deste ano, com aumento de 10,5% em relação a igual período do ano passado. O lucro líquido recorrente foi de R$85,4 milhões, com queda de 13,8% em relação ao 1T09 e de 42,9% comparado ao último trimestre do ano passado.

A Companhia é o segundo maior grupo segurador independente do Brasil e o segundo maior no ranking das seguradoras brasileiras em termos de prêmios de seguros. É associada ao grupo ING desde 2002, que detém 37% das suas ações circulando no mercado. Segundo o vice-presidente Corporativo e de Relações com Investidores da Sul América, Arthur Farme d’Amoedo Neto, a receita total de prêmios de seguros foi de R$ 2 bilhões, crescendo 14,3%, excluída nessa comparação a consolidação da subsidiária Brasil Veículos.

DESTAQUES

Foi destaque da Sul América no 1T10 o forte crescimento das carteiras de seguro saúde (19,4%), com prêmios de R$ 1,3 bilhão, representando 65% da receita da Companhia com destaque para o segmento de seguro saúde grupal, cuja receita cresceu 19%. A Companhia também registrou um ótimo desempenho na carteira de seguro saúde para pequenas e médias empresas, que apresentou expansão de 33,1% entre os trimestres comparados, e no seguro odontológico, que apresentou 61,3% de crescimento na receita em relação ao primeiro trimestre de 2009.

Segundo os números apresentados por d’Amoedo, os prêmios de seguros tiveram incremento de 10,7% no 1T10 em relação ao 1T09, totalizando R$1,9 bilhão, em termos recorrentes, correspondendo a mais de 6,7 milhões de clientes, atendidos em quatro unidades de negócios: Saúde, Ramos Elementares, Pessoas (Vida e Acidentes Pessoais), Previdência Privada e Gestão de Ativos.

O segmento seguros de pessoas cresceu 12,5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas com queda de 1,5% em relação ao 4T09, impulsionado pelos produtos VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres), cujos prêmios aumentaram 35,6%.

Apresentado como outro destaque no 1T10, o segmento de seguros de automóveis, cuja frota segurada atingiu 1,2 milhão de veículos, teve a receita de prêmios aumentada em 22,3% no primeiro trimestre, superando o crescimento de 17,9% registrado no mercado no mesmo período, segundo dados da Susep, mas com redução de 7,3% em relação ao 4T09.

O índice de sinistralidade total foi de 74,2% no 1T10, com aumento de 0,7 p.p., recorrentes, em relação ao mesmo período do exercício anterior, e aumento de 1,8 p.p. em relação ao 4T09. A sinistralidade do seguro saúde atingiu 80,7% no 1T10, com incremento de 2,1 p.p. em relação ao 1T09 (aumento de 1,6 p.p. em relação ao 4T09). Os seguros de automóveis registram sinistralidade de 63,7% no 1T10, com aumento de 1,9 p.p. em relação ao 1T09 (incremento de 9,2 p.p. em relação ao 4T09).
O Índice combinado atingiu 100,7% no 1T10, com aumento de 2,7 p.p. em relação ao 1T09 (aumento de 2,7 p.p. em relação ao 4T09) em bases recorrentes. Já os resultado dos investimentos totalizaram R$167,0 milhões no 1T10 com rentabilidade equivalente a 132,8% do CDI.