sábado, 15 de janeiro de 2011

IFRS dará mais qualidade aos balanços das empresas


A internacionalização dos negócios, com o crescimento dos fluxos de capitais e do comércio entre as nações trouxe uma série de novas exigências para as empresas e os investidores. Hoje, no Brasil, é intensa a movimentação nas empresas brasileiras para se adaptar ao IFRS (International Financial Reporting Standards), adotado pelo International Accounting Standards Board (IASB).

Segundo os órgãos nacionais relacionados ao assunto, como o Banco Central, Susep, CVM e CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis - do qual a Apimec faz parte -, a adaptação dos relatórios e documentos contábeis brasileiros para as normas que são utilizadas em mais de cem países deve ser feita já nos balanços relativos ao exercício de 2010.

O IFRS compreende um conjunto tecnicamente apurado de princípios, em que as demonstrações contábeis são apresentadas segundo um padrão internacional único. Ele abrange a maneira de elaborar um balanço, o fluxo de caixa, bem como a demonstração de resultados. Trata, portanto, de todo o conteúdo dos relatórios contábeis.

A sua aplicação não se limita às companhias de capital aberto, empresas de grande porte, bancos e seguradoras, mas atinge também as pequenas e médias empresas nacionais com vantagens, entre elas a redução de custos, pois evita a produção de dois tipos de balanços, um para uso no Brasil e outro para outros países.

É de suma importância que as normas internacionais sejam plenamente adotadas em nosso país. Como trazem muitas novidades, há necessidade de que todos os analistas e profissionais do mercado de capitais, bem como os das áreas de relações com investidores, tomem conhecimento e as entendam, já que as empresas brasileiras, necessariamente, deverão lidar com elas de agora em diante.

O fato de o padrão internacional trazer maior clareza, precisão e inteligibilidade às demonstrações contábeis, permite sua compreensão por uma vasta gama de interessados em todo o mundo. Como conseqüência, aumentam as possibilidades de negociação pelas empresas brasileiras, sobretudo em suas transações comerciais ou financeiras com companhias estrangeiras.

As vantagens da adoção do IFRS não param por aí. Os dados contábeis apurados nesse padrão são mais abrangentes e trazem implícita a melhoria na qualidade e quantidade das informações disponibilizadas. Por essa razão contribuem para tornar mais transparentes os processos de negociação, evitando desconfianças entre os players e minimizando riscos.

É sabido que o mercado financeiro tem verdadeira aversão ao risco. Essa é uma verdade, que tende a ser relativizada tanto mais os investidores tenham segurança na compreensão das demonstrações contábeis divulgadas pelas empresas. A adoção das normas IFRS no Brasil vem nessa direção e será extremamente benéfica também para o mercado de capitais.


José Domingos Vieira Furtado, Presidente da Apimec MG