quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Comportamento de risco



Não bastam apenas boas análises fundamentalistas ou sagacidade para comprar e vender ações, no momento certo. Quem aplica recursos pessoais ou administra recursos de terceiros deve ter outro tipo de preocupação quando se trata de investir nas bolsas de valores: lidar com determinados comportamentos humanos, como a irracionalidade, que podem aumentar os riscos inerentes à atividade.

Aquiles Mosca , estrategista da Asset Management do Banco Santander, em palestra realizada na Apimec MG, partindo da constatação de que as pessoas, em geral, tem o seu processo decisório baseado na irracionalidade, mostrou os erros mais comuns cometidos por quem atua no mercado financeiro, começando pela tendência, até de analistas experientes, de fazer previsões com base no presente, ou seja, considerar ativos que são bons hoje como necessariamente bons no futuro, o que nem sempre ocorre.

EQUÍVOCOS

Ele exemplificou sua afirmativa com dados sobre projeções equivocadas realizadas pelo mercado em 2008 com relação à taxa Selic, IPCA, juros reais e até ao PIB brasileiro, cuja diferença com relação ao número apurado chegou a 32%. Citou, ainda, a tendência de investidores de comprar ações que estão em alta e vendê-las quando os preços baixam, realizando prejuízos, reforçando a idéia de que decisões baseadas apenas no presente aumentam os riscos.

Mosca disse a supervalorização de eventos raros, tomando-se decisões com base mais em fatos impactantes do que em dados estatísticos também induz a equívocos. Como exemplo, citou o atentado às Torres Gêmeas, nos EUA, que fez reduzir a procura pelas viagens aéreas e aumentar o transporte rodoviário, sem considerar que este último provoca muito mais mortes em acidentes. “Na área financeira ocorre o mesmo tipo de irracionalidade, a mesma falsa ilusão de controle”, disse.

Outro fator comportamental citado pelo especialista do Santander é o “efeito manada”, que faz com que os seres humanos ajam segundo padrões grupais, abrindo mão do senso crítico individual. Para ele, isso faz com que o processo decisório do investidor seja simplificado, o que traz maior conforto àqueles que agem conforme a maioria, mas não necessariamente leva a bons resultados.

As finanças comportamentais têm demonstrado que os investidores são, na realidade, emocionais, tendenciosos, excessivamente confiantes e com uma visão distorcida das suas necessidades e objetivos. Este tipo de comportamento, praticado em massa, pode por vezes levar a bolhas nos mercados e provocar crises em nível mundial, como se viu recentemente.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

LUCRO DO BRADESCO SUPERA R$4 BI NO SEMESTRE



Em apresentação para os associados da Apimec MG e convidados, dia 15 de setembro, o vice-presidente e diretor de Relações com Investidores do Bradesco, Domingos Figueiredo de Abreu, informou que o banco fechou o 1º semestre de 2009 com um lucro líquido R$ 4,020 bilhões, uma variação de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Desse total, 68% referem-se a atividades financeiras e 32% ao desempenho nas áreas de seguros e previdência.

Segundo ele, o valor de mercado do Bradesco, ao final de junho, era de R$ 81,301 bilhões, tendo as suas ações preferenciais se valorizado 28,7%. Os ativos totais em junho de 2009 registraram saldo de R$ 482,478 bilhões, crescimento de 19,7% em relação ao mesmo período de 2008, enquanto que a carteira de crédito total atingiu R$ 212,768 bilhões, ou 18,1% a mais em relação a igual período do ano anterior. Já o patrimônio líquido somou R$ 37,277 bilhões, crescimento de 10,6% ante o resultado de junho de 2008.

DIVIDENDOS
Aos acionistas foram distribuídos R$ 3,253 bilhões, sendo R$ 1,372 bilhão
relativo ao lucro gerado no período e R$ 1,881 bilhão ao exercício de 2008, tendo o lucro líquido por ação chegado a R$2,52 e o pay-out 33,7%, no acumulado de 12 meses, acima dos percentuais do dividendo mínimo estatutário e do dividendo obrigatório pela lei das SA.

O Índice de eficiência operacional em junho de 2009 foi de 42,0%, praticamente o mesmo de igual período do ano passado. No semestre, os investimentos em infraestrutura, informática e telecomunicações somaram R$ 1,616 bilhão, com evolução de 43,4% em relação ao mesmo período de 2008.

O Bradesco possui 4.598 agências no país, 30.191 máquinas da Rede de Autoatendimento Dia&Noite, 17.699 pontos Bradesco Expresso, 6.011 Agências do Banco Postal, 2.788 PAAs /PAEs e 64 Filiais da Finasa Promotora de Vendas. Também estão disponíveis aos seus clientes 6.239 máquinas da Rede Banco24Horas.

De acordo com o diretor, o banco é a instituição financeira brasileira com melhor
colocação no ranking das 500 maiores empresas do mundo segundo a revista Fortune e a única marca brasileira no ranking da lista das 100 mais valiosas do mundo. Pelo 3º ano consecutivo, o Bradesco é a marca mais valiosa do Brasil,conforme a Consultoria Millward Brown.

O braço das áreas de seguros e previdência foi eleita pela revista Euromoney como a melhor seguradora brasileira, a melhor da América do Sul segundo a revista
World Finance e a melhor na categoria Sustentabilidade e Responsabilidade Social segundo a Fundação Getúlio Vargas.

Com relação a Sustentabilidade, as ações do Bradesco tem foco em inclusão
bancária, em variáveis socioambientais para concessões de crédito e oferta de produtos socioambientais, ênfase na valorização dos funcionários, na melhoria do ambiente de trabalho e nas práticas ecoeficientes. Além disso, através da Fundação Bradesco, são realizados investimentos em educação, meio ambiente, cultura e esporte, mantendo 40 escolas no Brasil, com um orçamento previsto de R$ 231,3 milhões até o final de 2009.

CENÁRIO ECONÔMICO
Segundo avaliação macroeconômica apresentada pelo diretor de RI do Bradesco, o segundo trimestre de 2009 trouxe indícios de que o pior da crise global foi superado, mas o cenário internacional continua demandando cautela, uma vez que a incerteza em relação ao ritmo de recuperação ao longo dos próximos trimestres permanece elevada.

Para Domingos Abreu a economia brasileira, tem resistido à crise relativamente melhor do que vários outros países, com sinais visíveis de recuperação e superação da recessão. Ele afirmou que o Bradesco tem uma visão positiva ao país, que desponta no cenário internacional como um dos primeiros a se recuperar e como exemplo de melhora de fundamentos macroeconômicos e institucionais, o pode ser visto através da continuidade dos ingressos de investimentos diretos estrangeiros.


16/09/2009

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CPFL MOSTRA LUCRO E SUSTENTABILIDADE


Além de um lucro líquido de R$289 milhões no segundo trimestre de 2009, de crescer suas vendas para o mercado cativo em 1,6% e em 16,3% para o mercado livre no período, a CPFL Energia continuou desenvolvendo no segundo trimestre de 2009 uma forte atuação em termos sócio-ambientais e de governança corporativa. A afirmação foi do diretor de Relações com Investidores, Gustavo Estrella , em reunião com os associados da Apimec –MG, realizada no início de setembro.
Segundo ele, a empresa é considerada a mais sustentável na América Latina e figura em segundo lugar no ranking de transparência e sustentabilidade do Ibovespa. Ele destacou que esses resultados são conseqüência de uma estratégia de atuação que começa pelo principal “cartão de visita”, que é um parque gerador de energia 100% hidráulico e passa por ser a primeira empresa do setor elétrico brasileiro na venda de crédito de carbono.

DEBÊNTURES
Outros destaques apontados por Gustavo Estrella foram a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures pela CPFL, à taxa de 110,3% do CDI (média ponderada) e a influência dos reajustes tarifários e o aumento de 53,46% na receita operacional da empresa, devida em grande parte ao desempenho do segmento comercialização. Ele disse ainda que a receita operacional bruta no 2T09 atingiu R$ 3.927 milhões, representando um aumento de 14,2% (R$ 488 milhões). Já a receita operacional líquida foi de R$ 2.657 milhões, aumento de 15,0% (R$ 347 milhões).
Na sua apresentação, o diretor da CPFL mostrou que o custo da energia comprada para revenda no 2T09 foi de R$ 1.338 milhões, o que representa um aumento de 22,2% (R$ 243milhões). Os principais fatores que explicam essa variação são o aumento decorrente do reajuste de preços dos contratos de compra de energia, devido principalmente ao reajuste de 8,7% na energia de Itaipu, em janeiro de 2009, e ao efeito médio do câmbio no IRT, de 25,2%. O encargo de uso do sistema de transmissão e distribuição atingiu R$ 309 milhões no 2T09,aumento de 56,5% (R$ 112 milhões).

DESPESAS E RECEITAS
Os custos e despesas operacionais da CPFL Energia atingiram R$ 461 milhões no 2T09, registrando um aumento de 11,0% (R$ 46 milhões), em vista principalmente do aumento de 3,1% (R$ 4 milhões) com gastos de pessoal na CPFL Paulista (R$ 7 milhões), devido ao acordo coletivo de 2008. Os gastos com material aumentaram 10,8% (R$ 2 milhões, tendo os serviços de terceiros registrado aumento de 4,4% (R$ 3 milhões).
O EBITDA da CPFL Energia no 2T09 foi de R$ 691 milhões, com redução de 3,7% (R$ 27 milhões) relativa ao trimestre anterior. Desconsiderando os efeitos não-recorrentes, o EBITDA do 2T09 seria de R$ 699 milhões, comparado ao EBITDA de R$ 714 milhões no 2T08, uma redução de 2,1% (R$ 15 milhões).
Os associados da Apimec MG foram informados também que as receitas financeiras tiveram redução de 13,6% (R$ 12 milhões), passando de R$ 85 milhões no 2T08 para R$ 74 milhões no 2T09, decorrente da redução nas aplicações financeiras (R$ 14 milhões), principalmente pela redução da taxa Selic. Já nas despesas financeiras a redução foi de 12,4% (R$ 24 milhões), passando de R$ 191 milhões no 2T08 para R$ 167 milhões no 2T09, devido principalmente à redução na variação do CDI e IGP-M, dois dos indexadores da dívida da companhia.

INVESTIMENTOS E DIVIDENDOS
No 2T09, foram realizados investimentos de R$ 287 milhões para manutenção e expansão do negócio da CPF Energia, dos quais R$ 165 milhões foram direcionados à distribuição, R$ 113 milhões à geração e R$ 9 milhões à comercialização. No primeiro semestre deste ano o total foi de R$ 559 milhões em investimentos.
A CPFL Energia declarou a distribuição de dividendos intermediários, referentes ao 1S09, no montante de R$ 572 milhões (100% do lucro líquido do período), equivalentes a R$ 1,191201324 por ação. A empresa, atualmente, está com 30,5% de free float nas suas ações negociadas em bolsa, que se valorizaram 10,1% na BM&F BOVESPA e 29,3% na NYSE.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

CCR FOCA EM LIQUIDEZ E VALOR PARA ACIONISTAS


A CCR, maior empresa de concessões de rodovias do Brasil em termos de receita, divulgou seus resultados do 2º trimestre de 2009 para os associados da Apimec-MG, em apresentação realizada no final de agosto pelo diretor de Finanças e Relações com Investidores, Arthur Piotto Filho.

A empresa administra 1.571 quilômetros de rodovias em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná (concessionárias Ponte, Nova Dutra, Via Lagos, Rodo Norte, Auto Ban, Via Oeste e Rodo Anel), com participação nas operadoras de meios eletrônicos de pagamento Sem Parar e Via Fácil. Além disso, na forma de PPP com o governo paulista, participa da Via Quatro, empresa que vai operar a Linha 4 do Metrô de São Paulo, atendendo a cerca de 1 milhão de pessoas. A CCR possui 45% da Controlar, responsável pela inspeção ambiental em toda a frota da cidade de São Paulo.

Segundo Piotto Filho, a CCR obteve significativos resultados no segundo trimestre de 2009, a partir da reversão da tendência de queda do tráfego, que resultou num total
de veículos equivalentes muito próximo do registrado no mesmo período de 2008, quando foi obtida a melhor performance de tráfego consolidado desde que passou a operar as concessões que detém atualmente.

O diretor da CCR disse ainda que os resultados do 2T09 mostram que o modelo de negócios está baseado em ativos com grande resistência a reveses econômicos, seja pelo mix entre veículos leves e comerciais, seja pela diversidade dos produtos transportados. Segundo ele, o controle de custos assume um papel ainda mais crítico em 2009 e, juntamente com a política de preservação da liquidez, possibilita o cumprimento do planejamento previsto sem alterações no foco da criação de valor aos acionistas.

O tráfego nas vias de concessão da CCR cresceu 18,1% no 2T09 e 17,2% no final do primeiro semestre de 2009. Comparando-se a mesma base de tráfego, sem incluir a Renovias e o Rodo Anel, a queda foi de -0,1% no 2T09 e -1,1% no 1S09. O número de usuários da STP (arrecadação eletrônica) expandiu-se em 48,0%, em relação ao 2T08.

A receita líquida alcançou R$ 736,8 milhões (+16,0%) no 2T09 e R$ 1.452,8 milhões (+15,7%) no 1S09. Excluindo-se a Renovias e o Rodo Anel, a receita líquida alcançou R$ 690,1 milhões (+9,7%) no 2T09 e R$ 1.363,4 milhões (+9,1%) no 1S09. O EBIT atingiu R$ 352,1 milhões (+21,5%) no 2T09 e R$ 697,7 milhões (+15,4%) no 1S09. A margem EBIT alcançou 47,8% (+2,2 p.p.) no 2T09 e 48,0% (-0,1 p.p) no 1S09. Excluindo-se a Renovias e Rodo Anel, o EBIT atingiu R$ 336,7 milhões no 2T09 e R$ 670,1 milhões no 1S09.

Já o EBITDA atingiu R$ 466,6 milhões (+23,9%) no 2T09 e R$ 921,4 milhões no 1S09 (+18,3%). A margem EBITDA alcançou 63,3% (+4,0 p.p.) no 2T09 e 63,4% (+1,4 p.p.) no 1S09.Excluindo-sea Renovias e o RodoAnel, o EBITDA atingiu R$ 431,9 milhões no 2T09 e R$ 857,3 milhões no 1S09. O lucro líquido foi R$ 181,9 milhões (+28,2%) no 2T09 e R$ 337,8 milhões (+11,1%) no 1S09. Excluindo-se a Renovias e o Rodo Anel, o lucro líquido atingiu R$ 207,6 milhões no 2T09 e R$ 388,2 milhões no 1S09.

No dia 4 de agosto de 2009, a CCR concluiu a distribuição de sua 5ª emissão de debêntures no total de R$ 598,2 milhões. Como resultado do compromisso de maximizar a distribuição de dividendos, no dia 12 de agosto de 2009 foi aprovada a distribuição de dividendos proposta pela diretoria, no valor de R$ 1,26 por ação, sendo R$ 0,10 referente a 2008, e R$ 1,16 como antecipação do exercício de 2009, totalizando R$ 507,9 milhões a serem distribuídos a partir de 30 de setembro de 2009.