segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Oportunidades e desafios do Pré-Sal




As reservas do Pré-Sal devem ser exploradas em conjunto por empresas brasileiras e estrangeiras, como estratégia para criação de condições internacionais adequadas para garantir os benefícios do petróleo para o Brasil. Essa idéia foi defendida pelo conselheiro do Instituto Brasileiro de Petróleo e presidente da Comissão de Energia da FIRJAN, Armando Guedes, em palestra para os associados da Apimec-MG.
Segundo ele, outras variáveis também precisam ser equacionadas para que o país possa aproveitar todo o potencial das reservas petrolíferas descobertas. Entre elas estão as relacionadas ao controle da emissão de sub-produtos que aumentam o efeito estufa, principalmente o gás carbônico, que está associado ao óleo numa proporção de 15 a 20%.
SOLUÇÕES
De acordo com Guedes, uma das melhores soluções para isso é a utilização do próprio CO2 para levar o petróleo às plataformas, em substituição à água. Com isso, os impactos ambientais resultantes da queima desse gás ficam praticamente neutralizados, já que ele é injetado de volta às rochas submarinas de onde saiu.
Outro aspecto destacado pelo conselheiro do IBP é a incógnita do comportamento do mercado de petróleo, que ainda não garante as necessárias condições econômicas para viabilizar a exploração das reservas do Pré-Sal. Segundo ele, para isso é necessário que os preços internacionais consigam uma estabilidade acima da faixa 75/80 dólares por barril, o que ele acha perfeitamente possível no futuro, já que a previsão é do preço bater na casa dos 130 dólares em 2030.
Armando Guedes acentuou que a exploração das reservas do Pré-Sal vai criar enormes oportunidades para os empresários e trabalhadores brasileiros, dada à significativa quantidade de equipamentos, serviços e mão-de-obra que exigirá. Exemplificou dizendo que, no período 2009/2013 serão encomendas treze plataformas, ao custo entre 1 e 1,5 bilhão de dólares cada, estando prevista a utilização de 48 barcos de apoio e 38 navios de grande porte.
“Equacionadas as questões que podem dificultar a extração do petróleo descoberto, os benefícios para o Brasil serão enormes, desde que mantidas as condições para atrair investimentos e definido um marco regulatório com regras claras, simples e sustentáveis”, concluiu Armando Guedes.

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