quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Presidente da Apimec-MG fala sobre Selic

Das diversas reuniões do COPOM essa provavelmente foi a que gerou maior expectativa face à situação inusitada criada pela crise financeira e a postura do Banco Central em relação às expectativas inflacionárias. A grande maioria dos analistas apostava na manutenção da Selic nos atuais 13,75% e muito poucos trabalharam com a expectativa de um aumento de 50 basics points que elevaria a taxa a 14,25%.

Ambas as alternativas colocam, mais uma vez, o COPOM na contra mão do mercado internacional. Sobretudo porque o Federal Reserve (Fed, o BC americano) decidiu nessa quarta-feira reduzir sua taxa de juros para 1% ao ano, nível visto pela última vez em maio de 2004. Além disso, o FOMC (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) já havia reduzido no último dia 8 de 2% para 1,5%, em uma medida emergencial, em coordenação com outros BCs, para conter o avanço da crise financeira.

Para a economia brasileira uma redução na taxa selic sinalizaria para o mercado a verdadeira opção do governo pela recuperação da economia e a retomada do crescimento. Essa seria a medida correta, já que, do ponto de vista estrutural, o início de uma redução no custo do dinheiro para as empresas, contribuiria para melhorar a liquidez do mercado. Com as dificuldades que se avizinham, a demanda será restringida até por eventual aceleração no desemprego, sendo pouco provável que haja pressões inflacionárias por excesso de demanda. Por essa razão, entendemos que priorizar um estimulo à produção deveria ser a opção de maior interesse para a sociedade brasileira.

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