quarta-feira, 2 de julho de 2008

Repercussão CPFL

Em sua terceira reunião com a Apimec-MG, o diretor de Relações com Investidores da CPFL Energia, Gustavo Estrella, conversou com investidores mineiros sobre a empresa e o setor. “Entramos em uma nova fase, pós revisão tarifária, e queremos crescer com aquisições, sempre gerando valor ao acionista”, frisou o executivo.

Estrella foi questionado sobre a possível saída da Bradespar da composição acionária da CPFL e respondeu que o grupo deixou o bloco de controle em outubro de 2006 e tornou-se minoritário com 9% das ações. “Eles disseram que ficariam na companhia porque paga-se um bom dividendo. Mas, venderiam os papéis caso atingissem R$ 40,00, o que não aconteceu. Depois disso, nos informaram que só abririam mão quando tivessem onde usar o dinheiro. Não fizeram nada ainda, mas já existe um possível destino: ampliar a participação na Vale”, detalhou.

O diretor explicou que existem conversas com a Bradespar para que a venda ocorra com a participação da CPFL. “Estamos vendo a possibilidade de realizar um road show no exterior para criar demanda lá fora e não pressionar o preço. Será positivo para nós já que o free float passaria de 18% para 27%”, explicou.

Sobre a possibilidade de apagão energético, Estrella não está tão pessimista. “O regime de chuva em 2008 inverteu o processo como nunca visto antes. Chuveu justamente nas bacias que tinham que chover. Isso tirou o foco do racionamento, mas não estamos em uma situação ideal ainda. O parque gerador precisa ser bem gerido”, avaliou. Alertou que para 2012 em diante conta-se com a operação das usinas do Madeira e com a expansão de gás da Petrobras. “Se os projetos atrasarem ou falharem volta o risco de racionamento”, salientou.

Entre os destaques do primeiro trimestre de 2008, o diretor chamou a atenção para o crescimento de 8,1% no volume de vendas na área de concessão, excluindo 4,8% do efeito de aquisição da CPFL Jaguariúna. Ressaltou ainda a entrada em operação comercial da UHE Castro Alves, em março deste ano, e o leilão de comercialização de créditos de carbono. Somente com a UHE Monte Carlo, a CPFL gerou receita de 9,8 milhões de euros. Conservador, ele estima receita de 71 milhões em 2012, caso os Estados Unidos assine o protocolo de Kyoto e pressione pelo aumento do preço do crédito de carbono.

Estrella reiterou ainda a criação da vice-presidência administrativa, com foco em racionalização e competitividade de custos corporativos, e o lançamento em fevereiro do “Proxy Statement – Manual de Participação de Acionistas em Assembléia”. “Somos a primeira empresa do setor a estender essas informações para os minoritários, que agora, antes da assembléia, já sabem dos detalhes dos pontos que serão votados. A informação é o maior benefício”, frisou.

Ele apontou ainda valorização de 9,1% das ações da CPFL Energia na Bovespa no primeiro trimestre de 2008 em relação ao mesmo período do ano passado, superando o IEE e Ibovespa. O diretor disse que a companhia continuará com a política de distribuição de dividendos, com índices bem superiores aos estabelecidos pela legislação.

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